segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O melhor de mim...

Essa doação sem medo..
Essa crença(ainda que em tempos como o que vivemos) nas pessoas...
O fato de encontrar felicidade em apenas um sorriso, num olhar, num abraço...
O prazer em ajudar o próximo...

Por sorte as pessoas não são iguais... mas poderiam ser em algumas coisas, em alguns sentimentos... talvez assim os dias seriam mais fáceis, e sofreríamos menos.



...



"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."

Madre Teresa de Cálcuta

sábado, 7 de janeiro de 2012

Um Lugar ao Sol - Érico Veríssimo






"Todos os dias Vasco fazia descobertas que o deixavam emocionado.
Mas havia momentos amargos. Era quando lhe faltava o dinheiro.
Quando chegava o fim do mês, ele evitava, constrangido, o pessoal de
casa. Sentia-se um parasita, um explorador... Em junho, felizmente,
conseguira, por intermédio do tio Couto, um trabalho que lhe rendera
duzentos mil réis: pintara cartazes para uma vitrina. Mas o dinheiro
criara asas...
E ele sentia uma censura permanente nos olhos de D. Clemência.
Ah! mas vergonha, mesmo, ele tinha era de Clarissa...
Atirou fora o resto da laranja.
Aquilo não podia continuar. Precisava encontrar trabalho...
Viera com tanta esperança... Com a impressão de que ia conquistar a
cidade, o mundo. Parecia-lhe tudo tão fácil... Imaginava que todos os
caminhos se abririam para ele. Nada disso entretanto acontecera.
Entregou-se a reflexões tristes.
Clarissa ia todas as manhãs para Canoas, encolhida de frio, de
nariz vermelho. Fernanda saía um pouco mais tarde; seu colégio ficava
no Partenon. Noel ia para o jornal às dez. Só ficavam nas duas casas
as velhas, o bebê e ele, Vasco.
Eu, o marmanjo!"
Trecho do livro "Um Lugar ao Sol"

Impóssivel não se identificar em algum momento com os sentimentos dos seus personagens. Frustrações, dúvidas, alegrias... .




Sobre o livro, disse o próprio autor:
"Considero o elenco humano que povoa este livro o melhor de toda a minha obra, com exceção talvez de O Tempo e o Vento. Escrevi sobre essa gente com tanta afeição e interesse, com tamanha fé na sua existência, que acabei cometendo o pecadilho de todo o pai vaidoso para qual tudo quanto os filhos dizem e fazem merece ser contado ao mundo."



sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Crônica de Mário Prata



Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.


Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.


Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.


Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.


Certeza é quando a ideia cansa de procurar e para.


Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.


Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.


Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.


Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.


Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.


Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.


Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.


Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.


Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.


Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.


Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente mas, geralmente, não podia.


Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.


Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.


Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.


Paixão é quando apesar da palavra ¨perigo¨ o desejo chega e entra.


Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.

Não... Amor é um exagero... também não.
Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?

Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação.

Esse negócio de amor, não sei explicar.

Mário Prata